Por José Rezende
Após o Fluminense ocupar o 5º lugar no campeonato estadual e a 24ª colocação no Brasileirão, em 1974, assumiu a presidência do clube das Laranjeiras o Juiz de Direito Francisco Horta. Seu objetivo era formar um grande time que projetasse o nome do clube nacional e internacionalmente.
Logo no primeiro momento de sua gestão, Horta foi buscar no Corinthians o fora de série Roberto Rivelino. A fim de formar uma equipe de alto nível técnico, foram contratados outros bons jogadores: o meio campo Zé Mário que era reserva no Flamengo; o ponta-esquerda Mário Sérgio, do Vitória da Bahia e o zagueiro Pescuma.
Com estas quatro contratações, a “máquina” tricolor versão 75 estava montada com os remanescentes do time campeão de 73 e mais a presença de Edinho, grande revelação tricolor, que subiu dos juvenis para os profissionais. O atacante Gil, que iniciara a carreira no Cruzeiro, veio do Vila Nova, de Nova Lima, e chegou às Laranjeiras, no final de 73. Com os milimétricos lançamentos de Rivelino, as arrancadas de Gil passaram a ser uma preocupação constante para as defesas adversárias.
Por indicação do supervisor José Bonetti, o primeiro técnico da “máquina” foi Paulo Emílio que substituiu Carlos Alberto Parreira. Bonetti tomou conhecimento do bom trabalho realizado pelo treinador à frente da equipe da Desportiva Ferroviária, de Vitória, durante dois anos e dois meses, e o trouxe para o Fluminense. Parreira e Sebastião Araújo eram os responsáveis pela preparação física.
Em pleno sábado de carnaval, no dia 8 de fevereiro de 1975, para muitos seria pouco provável que mais de 40 mil torcedores compareceriam ao Maracanã. Porém, era a estreia de Rivelino com a camisa tricolor e contra o seu ex-clube. Os torcedores do Fluminense vibraram com os novos contratados e, especialmente, com Rivelino que brindou o público com três gols. Gil marcou o quarto na vitória por 4 a 2 diante do Corinthians.
Outro cracaço contratado pelo Dr. Horta foi Paulo César Caju que atuava no futebol francês. O jogador mereceu também uma estreia especial. O Fluminense enfrentou e venceu o Bayer de Munich, no Maracanã, por 1 a 0.
- A estreia de Rivelino não poderia ter sido melhor. O tricolor carioca ganhou por 4 a 1 e Rivelino marcou três gols. Rivelino vibra após a marcação de um de seus gols e Gil se aproxima para abraçá-lo.
- Acompanhado do Supervisor José Bonetti, o grande Rivelino conhece as dependências do clube.
- Paulo Emílio foi o primeiro técnico da “máquina” tricolor.
- A “máquina” versão 1975: em pé, Félix, Toninho, Silveira, Zé Mário, Assis e Marco Antônio; agachados, Cafuringa, Pintinho, Manfrini, Rivelino e Paulo César.
- No dia 1º de junho de 1975, em partida valia pelo campeonato estadual, Rivelino marcou um gol que ficou na história do Maracanã. Após aplicar em Alcir o drible elástico, Riva invadiu a área do Vasco e chutou no canto esquerdo do goleiro Andrada.
- Rivelino, a grande estrela da “máquina” tricolor, é carregado por Gil e Félix após a partida diante do Botafogo, em 17 de agosto de 1975. O Fluminense perdeu por 1 a 0, mas conseguira garantir o título de campeão estadual pelo saldo de gols no Triangular Final, disputado com o Botafogo e o Vasco. Gil, de roupa comum, não jogou sendo substituído por Cafuringa.
- A charge de autoria de Kleber Guimarães, idealizador, e Rubens A. Sixel, desenhista, retrata a “máquina” tricolor versão 1975.