A ACEB (Associação de Cronistas Esportivos do Brasil) lamenta e repudia profundamente censura imposta ao jornalista Marcos Costi Messias na noite de quarta-feira (29/11), no Allianz Parque, durante jogo válido pelo Campeonato Brasileiro, entre Palmeiras e América-MG.
A ACEB se solidariza ao jornalista e apoia a ACEESP na busca por respostas e providências sobre o caso.
Leia na íntegra a nota da ACEESP:
NOTA DE REPÚDIO À CENSURA IMPOSTA A SÓCIO
A ACEESP (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo) lamenta, condena e repudia a censura imposta ao seu associado Marcos Costi Messias por parte da direção da Sociedade Esportiva Palmeiras ocorrida por ocasião do jogo realizado na noite desta quarta-feira (29/11) contra o América-MG, válido pelo Campeonato Brasileiro, disputado no Allianz Parque.
Mesmo estando devidamente CREDENCIADO pela CBF, o jornalista foi impedido de trabalhar e expulso do estádio depois de já estar inclusive com seu equipamento de transmissão instalado nas tribunas de imprensa do Allianz, provocando um constrangimento inaceitável ao profissional diante dos seus próprios colegas que estavam ali a trabalho.
Não bastasse a gravidade dessa medida, tomada de forma autoritária, o jornalista foi conduzido para o lado de fora do estádio acompanhado por seguranças do clube. Um absurdo sem precedentes – e que, por certo, vai de encontro à gloriosa história do clube, sempre marcada pelo respeito e fidalguia de seus dirigentes no trato com os jornalistas. Não há dúvida que o fato mancha o histórico democrático do clube, e contraria sua origem, posto que a Sociedade Esportiva Palmeiras é um exemplo de superação e resistência contra o preconceito, o seletivismo racial e o autoritarismo dos poderosos de plantão.
Tão grave quanto o fato em si é o motivo alegado pelos funcionários do Palmeiras para retirar Costi do estádio. Sem identificar os responsáveis pela medida, garantindo a eles a abominável proteção do anonimato, funcionários do “Setor Operacional” do clube informaram que estavam ali “cumprindo ordens superiores”. O clube precisa esclarecer quem mandou expulsar o jornalista do estádio, e porque isso foi feito.
Retirar o profissional do estádio, depois de ele já ter passado pelo crivo do credenciamento e se instalado na tribuna de imprensa, depõe contra o próprio sistema adotado pela CBF.
Seja qual for a rusga que possa existir entre a direção do Palmeiras e Costi, que foi funcionário do clube por oito anos antes da gestão de Leila Pereira, é preciso separar as coisas. Nem ela nem ninguém tem o direito de deslegitimizar o credenciamento dos jornalistas aprovados pela CBF. Ou vale todo o protocolo de imprensa ou vale a vontade deste ou daquele presidente.
A ACEESP não vai se calar diante de medidas de força e de exceção. Vale lembrar que durante todo o episódio, a entidade atuou no sentido de defender o direito de trabalho do seu associado. Diante da ocorrência, acionou os funcionários da CBF a serviço no Allianz e solicitou que a entidade, responsável pela aprovação do credenciamento de Corsi, fizesse valer o protocolo. Apesar das tratativas e do empenho dos funcionários da ACEESP e da CBF, a direção do Palmeiras manteve-se irredutível e expulsou o jornalista, consumando o cerceamento ao seu direito de trabalho.
O fato, repetimos, é inaceitável. Em face a ele, a ACEESP presta solidariedade ao seu associado e coloca o departamento jurídico à disposição para os desdobramentos do caso. Fora isso, em parceria com a ACEB, a entidade iniciou gestões junto à direção da CBF pedindo providências para que o fato não se repita jamais.
Em tempo: procurada hoje pela presidência da ACEESP, a direção do Palmeiras, através de seu departamento de comunicação, informou que não vai se manifestar sobre o caso.